6.11.01

Um pouco de Cecília Meireles, para encerrar a noite.
Porque amanhã Cecília faz cem anos. E porque nem só de goiaba vive o homem.

Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.

Rosas verás, só de cinza franzida,
mortas intactas pelo teu jardim.

Eu deixo aroma até nos meus espinhos,
ao longe o vento vai falando em mim.

E por perder-me é que me vão lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.


("4º Motivo da Rosa". Salvo engano meu, do livro "Mar Absoluto", 1945)