Partilho com vocês este Rainer Maria Rilke que recebi de presente. A tradução é do Paulo Quintela.
Minha vida não é esta hora abrupta
em que me vês tão açodado.
Sou uma árvore em frente do meu fundo,
sou só uma das minhas muitas bocas
e, delas, a que mais cedo se fecha.
Sou o silêncio que há entre duas notas
que só a custo se acostumam uma à outra:
porque a da morte quer elevar-se -
Mas no intervalo escuro se congraçam
ambas trêmulas.
E a melodia é bela.
Minha vida não é esta hora abrupta
em que me vês tão açodado.
Sou uma árvore em frente do meu fundo,
sou só uma das minhas muitas bocas
e, delas, a que mais cedo se fecha.
Sou o silêncio que há entre duas notas
que só a custo se acostumam uma à outra:
porque a da morte quer elevar-se -
Mas no intervalo escuro se congraçam
ambas trêmulas.
E a melodia é bela.
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