O HOMEM QUE CAIU NA TERRA
Ainda há alguém aí? Bem, se você é alguém e não tem mesmo nada melhor para ler, admito: estou de volta. A culpa pela minha desaparição, fique o senhor sabendo, foi do neoliberalismo: do FHC, do FMI, da FPF e de outras siglas malvadas e amiguinhas do Roberto Campos. A concorrência predatória e a invasão de goiabices estrangeiras -subsidiadas pelo protecionismo- quase levaram à falência minha lojinha. Com goiabada à farta por todo lugar, quem precisa da padaria do Ruy?
Tentei alternativas de sobrevivência. Não virei o Pedrinho Mattar por pura insuficiência monetária: a casaca de lamê vermelha e o piano de cauda branco são bem mais caros do que eu pensava. Pensei em fundar uma seita, mas parece que todos os caminhos para o Senhor já têm mais de um pedágio instalado. E, ao contrário do que supõem certas redatoras, não recebi um tostão pela revolucionária idéia do ketchup de goiaba. (É mais fácil eu ser triturado e virar matéria-prima do tal ketchup.)
Desolado, enfiei meus pertences numa mala de papelão e me mandei para Pedro Juan Caballero, onde planejava passar o resto dos meus dias ouvindo guarânias e aprendendo a fabricar o inigualável uísque das Highlands paraguaias. Mas eis que, sintonizando as ondas curtas do meu rádio orelhinha, ouvi Alípio Martins, com suas maracas, cantando uma música chamada "Oh, Darcy" (sobre a qual falarei mais tarde). Foi uma iluminação. Era comigo que a voz de xoxota do Alípio estava falando. Mais uma vez, os deuses da cafonice requisitavam meus serviços -e eu, como sempre, não podia fugir ao chamado.
Portanto, aqui estou, com as portas de aço reabertas, um estoque renovado de Malt 90 quente e fartas porções de ovo da casca vermelha e da empada-que-matou-o-guarda. Sejam bem-vindos.
Ainda há alguém aí? Bem, se você é alguém e não tem mesmo nada melhor para ler, admito: estou de volta. A culpa pela minha desaparição, fique o senhor sabendo, foi do neoliberalismo: do FHC, do FMI, da FPF e de outras siglas malvadas e amiguinhas do Roberto Campos. A concorrência predatória e a invasão de goiabices estrangeiras -subsidiadas pelo protecionismo- quase levaram à falência minha lojinha. Com goiabada à farta por todo lugar, quem precisa da padaria do Ruy?
Tentei alternativas de sobrevivência. Não virei o Pedrinho Mattar por pura insuficiência monetária: a casaca de lamê vermelha e o piano de cauda branco são bem mais caros do que eu pensava. Pensei em fundar uma seita, mas parece que todos os caminhos para o Senhor já têm mais de um pedágio instalado. E, ao contrário do que supõem certas redatoras, não recebi um tostão pela revolucionária idéia do ketchup de goiaba. (É mais fácil eu ser triturado e virar matéria-prima do tal ketchup.)
Desolado, enfiei meus pertences numa mala de papelão e me mandei para Pedro Juan Caballero, onde planejava passar o resto dos meus dias ouvindo guarânias e aprendendo a fabricar o inigualável uísque das Highlands paraguaias. Mas eis que, sintonizando as ondas curtas do meu rádio orelhinha, ouvi Alípio Martins, com suas maracas, cantando uma música chamada "Oh, Darcy" (sobre a qual falarei mais tarde). Foi uma iluminação. Era comigo que a voz de xoxota do Alípio estava falando. Mais uma vez, os deuses da cafonice requisitavam meus serviços -e eu, como sempre, não podia fugir ao chamado.
Portanto, aqui estou, com as portas de aço reabertas, um estoque renovado de Malt 90 quente e fartas porções de ovo da casca vermelha e da empada-que-matou-o-guarda. Sejam bem-vindos.
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