30.11.02

ÚLTIMA FLOR DO LÁCIO, INCULTA E FEIA

O título deve ser tomado com alguns grãos de sal. Claro que a língua portuguesa é fantástica, cheia de charme, suíngue, veneno e saüdade (com trema, como o Camões preferia). Fora todo o seu ziriguidum, telecoteco e forrobodó. Mas vocês hão de convir que algumas palavrinhas são de lascar. Resolvi fazer uma lista daquelas que, na minha opinião, são as cinco palavras mais feias do idioma e deveriam ser suprimidas de qualquer conversa entre pessoas civilizadas. Se você discordar ou tiver outras sugestões, recorra ao goiabamail, no canto direito da página.

* Celeuma. Eu fujo de celeumas -não só porque não gosto de tumultos. A palavra me lembra uma ameba geneticamente modificada ou uma água-viva gigante de seriado japonês trash.
* Mutuário. Toda vez que um jornal menciona os "mutuários da Caixa Econômica Federal", eu penso num ajuntamento de moscas-varejeiras. Talvez isso faça algum sentido.
* Piorréia. Horrenda, não? Isso vale, aliás, para todas as palavras terminadas por "-réia", elemento de composição que vem do grego e significa "corrimento" (argh!). Pense em "diarréia", "seborréia", "gonorréia" e outras belezas gorjeantes.
* Ranho. Palavra adequadíssima ao significado. "Catota de nariz" é mais divertido, mas "ranho" é mais eloqüente.
* Ungüento. Os dicionários dizem que é "um medicamento de escassa consistência, para uso externo". Não acredite neles. Trata-se, na verdade, do filho da celeuma com o ranho: um ser amebóide, mole e viscoso que entra pelas narinas dos incautos e se alimenta dos seus cérebros. Cuidado com os ungüentos.