Décio Pignatari, lá-lá-lá-lá-lá-lá-lá
Tenho um amigo que vive trocando os nomes e fisionomias de grandes vultos da cultura botocúndica e internacional. É um caso perdido. Ele costuma confundir, por exemplo, Mário Ferreira dos Santos com Adhemar Ferreira da Silva e já me perguntou se o Jello Biafra não era o cara que cantava "voar, voar, subir, subir". Mas há pelo menos um caso de justiça poética nessas confusões: até hoje, meu amigo acredita que Décio Pignatari é aquele jurado do Show de Calouros. Fico imaginando o concretista na bancada do programa do Patrão, entre Pedro de Lara e Sônia Lima, com sua boina, seu mau humor e suas citações extemporâneas de Saussure: impossível conceber sucessor mais indigno de Aracy de Almeida.
Muito melhor imaginar Décio Piccinini poetando. Dificilmente não sairia algo mais interessante que "poesia pois é poesia" ou aquele anúncio metalingüístico do Disenfórmio (remédio para caganeira, lamentavelmente sem efeito nos casos de concretismo crônico).
Muito melhor imaginar Décio Piccinini poetando. Dificilmente não sairia algo mais interessante que "poesia pois é poesia" ou aquele anúncio metalingüístico do Disenfórmio (remédio para caganeira, lamentavelmente sem efeito nos casos de concretismo crônico).
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