24.3.02

A PRIVATIZAÇÃO DO BREGA

Não sei como ninguém percebeu o mal que o neoliberalismo fez à cafonice brasileira. Na época do "Brasil grande", quando Amaral Netto, o repórter, delirava com a pororoca (e não era a da vizinha, que está presa na gaiola), nenhuma gravação de samba empregava menos que 250 pessoas pra fazer o corinho do refrão. Pode conferir: é uma multidão cantando "êêê, meu amigo Charlie Brown", "você abusou, tirou partido de mim, abusou" ou "de noite, na cama, eu fico pensando". Hoje, documentos do extinto SNI comprovam que o regime militar destinava vultosas somas à Benitobrás, à Antoniocarlosejocafibrás e à Erasmobrás.

Com o desmanche do Estado brasileiro, essa mamata acabou. Vocês já imaginaram quantos trabalhadores estão, hoje, desempregados e sem qualificação? Quem contrataria gente cujo currículo se resume em cantar um refrão do Benito Di Paula?

Roberto Campos, a culpa é toda sua!