27.5.02

COLOMBO ÀS AVESSAS

Vejo que estou precisando, mais uma vez, fazer aquilo que chamo de "equilibrar a balança" do puragoiaba. Então vamos deixar aqui este poema do Guillaume Apollinaire (1880-1918), um dos grandes escritores do modernismo francês. Chama-se "Toujours" e está no livro "Calligrammes", lançado no ano de sua morte. A tradução, tosca como sempre, vai logo abaixo.

Toujours
Nous irons plus loin sans avancer jamais

Et de planète en planète
De nébuleuse en nébuleuse
Le don Juan des mille et trois comètes
Même sans bouger de la terre
Cherche les forces neuves
Et prend au sérieux les fantômes

Et tant d'univers s'oublient
Quels sont les grands oublieurs
Qui donc saura nous faire oublier telle ou telle partie
du monde
Où est le Christophe Colomb à qui l'on devra l'oubli
d'un continent

Perdre
Mais perdre vraiment
Pour laisser place à la trouvaille
Perdre
La vie pour trouver la Victoire


(Sempre/ Iremos mais longe sem avançar jamais// E de planeta em planeta/ De nebulosa em nebulosa/O don Juan dos mil e três cometas/ Mesmo sem se mudar da Terra/ Procura as forças novas/ E leva a sério os fantasmas// E tantos universos se esquecem/ Quem são os grandes esquecedores/ Quem saberá nos fazer esquecer esta ou aquela parte do mundo/ Onde está o Cristóvão Colombo a quem deveremos o esquecimento de um continente// Perder/ Mas perder de verdade/ Para dar lugar ao achado/ Perder/ A vida para encontrar a Vitória)