25.6.02

AS CERTINHAS DO RUY

Você está cheio de ver neste blog coisas horrendas como a foto do Evê Sobral, alguns posts abaixo? Não agüenta mais citações de Ezra Pound, John Donne e Ronnie Von? Pois o puragoiaba, fiel à máxima "vox populi, vox Dei", atenderá ao tonitruante clamor das massas e exibirá o que 101% dos blog-espectadores homens do sexo masculino querem ver: mulé.

É claro que o conceito (hum...) do blog tem de ser preservado. Assim, as mulheres desta nova seção, "as certinhas do Ruy", distinguem-se por seus altos índices de charme, swing, veneno -e, sobretudo, de goiabice. Vamos iniciá-la com a maior de minhas musas inspiradoras, a madrinha das "certinhas".



Julie London (1926-2000)

Com todo o sucesso que fez logo na estréia -seu primeiro disco, "Julie Is Her Name", continha a hoje clássica "Cry Me a River"-, Julie London sempre foi terrivelmente subestimada como cantora. Talvez um pouco disso se deva à exploração dos seus (inegáveis) dotes físicos. A foto acima, por exemplo, consta da capa de "Calendar Girl", de 1956 -que tem outras onze, uma para cada mês do ano (confira neste site em homenagem à cantora).

O fato é que, cantando, Julie também batia um bolão -e isso custou a ser reconhecido. Ninguém, na minha parcialíssima opinião, interpretou "It Never Entered My Mind" (Rodgers & Hart) melhor do que ela. Se você duvida, vá atrás e ouça (essa música também está no "Julie Is Her Name"). O post já ficou longo, mas não resisto à tentação de colocar a letra aqui.

Once I laughed when I heard you saying
That I'd be playing solitaire
Uneasy in my easy chair
It never entered my mind

Once you told me I was mistaken
That I'd awaken with the sun
And order orange juice for one
It never entered my mind

You had what I lack, myself
And now I even have to scratch my back myself

Once you warned me that if you scorned me
I'd say a maiden's prayer again
And wish that you were there again
To get into my hair again
It never entered my mind