GOIABA MOVIE GUIDE
Como identificar uma legítima pornochanchada
Pornochanchada (caso vocês, leitores-fedelhos, não saibam) é aquele tipo de filme brasileiro, popularíssimo nos anos 70, que adicionava à receita das antigas chanchadas muitas doses de séquiço, nunca explícito. Esses filmes eram financiados pelos contribuintes, via Embrafilme -o que talvez explique a queda do regime militar e a idéia de que "bom cinema" e "Brasil" são mais ou menos como "Kevin Bacon" e "filme bom", não se misturam.
Quem assiste ao canal Brasil, na TV por assinatura, certamente já teve contato com algumas obras-primas da pornochanchada. Mas às vezes é difícil diferenciá-las dos filmes "sérios": o som, por exemplo (aparentemente gravado de dentro de um barril), é a mesma merda em todos. Pensando nisso, este seu criado, "Ruy Ewald Filho", compilou dicas preciosas para descobrir se a porcaria que você está vendo é ou não uma pornochanchada.
1. Cuecas vermelhas. Toda pornochanchada tem pelo menos um homem usando essa elegante peça do vestuário masculino. Em 99% dos casos, é o amante que se esconde sob a cama ou dentro do armário quando o marido chega; e, em 90% das cenas, o homem-cueca é o David Cardoso.
2. Uso inteligente do duplo sentido. Os roteiristas de pornochanchada desenvolveram técnicas sofisticadíssimas para escrever sacanagens perceptíveis apenas pelos espectadores de inteligência superior. Isso resultou em frases como "vou fazer cooper para ficar com o cooper feito" ou "quero o bife cru, porque eu adoro comer um cru". A presença delas num filme é forte indício de que se trata de uma pornochanchada.
3. Presença de Monique Lafond, Aldine Müller, Helena Ramos ou Nicole Puzzi. Mas tem que ser uma de cada vez, no máximo duas. Se forem as quatro juntas -e, pior, com Tarcísio Meira fazendo cara de crise existencial-, você está vendo um filme do Walter Hugo Khouri. Mude de canal, rápido.
4. Emprego intensivo da sonoplastia. Os sonoplastas das pornochanchadas, pessimamente remunerados, deviam ganhar comissões pela quantidade de efeitos sonoros que conseguissem incluir num filme. O melhor exemplo disso é "O Bem-Dotado - O Homem de Itu", em que se ouve um "tóimmm" a cada vez que alguma moça confere os dotes do Nuno Leal Maia.
5. Anãozinho falando palavrão. Em "Histórias que Nossas Babás Não Contavam", Adele Fátima, que fazia a Branca das Neves, tinha como companhia alguns anõezinhos de boca suja; só uma pornochanchada mostraria uma coisa dessas. Se não for anãozinho, mas sim o Paulo Cesar Peréio dizendo "porra", muda tudo: você está diante de um filme de arte. Fuja correndo.
Como identificar uma legítima pornochanchada
Pornochanchada (caso vocês, leitores-fedelhos, não saibam) é aquele tipo de filme brasileiro, popularíssimo nos anos 70, que adicionava à receita das antigas chanchadas muitas doses de séquiço, nunca explícito. Esses filmes eram financiados pelos contribuintes, via Embrafilme -o que talvez explique a queda do regime militar e a idéia de que "bom cinema" e "Brasil" são mais ou menos como "Kevin Bacon" e "filme bom", não se misturam.
Quem assiste ao canal Brasil, na TV por assinatura, certamente já teve contato com algumas obras-primas da pornochanchada. Mas às vezes é difícil diferenciá-las dos filmes "sérios": o som, por exemplo (aparentemente gravado de dentro de um barril), é a mesma merda em todos. Pensando nisso, este seu criado, "Ruy Ewald Filho", compilou dicas preciosas para descobrir se a porcaria que você está vendo é ou não uma pornochanchada.
1. Cuecas vermelhas. Toda pornochanchada tem pelo menos um homem usando essa elegante peça do vestuário masculino. Em 99% dos casos, é o amante que se esconde sob a cama ou dentro do armário quando o marido chega; e, em 90% das cenas, o homem-cueca é o David Cardoso.
2. Uso inteligente do duplo sentido. Os roteiristas de pornochanchada desenvolveram técnicas sofisticadíssimas para escrever sacanagens perceptíveis apenas pelos espectadores de inteligência superior. Isso resultou em frases como "vou fazer cooper para ficar com o cooper feito" ou "quero o bife cru, porque eu adoro comer um cru". A presença delas num filme é forte indício de que se trata de uma pornochanchada.
3. Presença de Monique Lafond, Aldine Müller, Helena Ramos ou Nicole Puzzi. Mas tem que ser uma de cada vez, no máximo duas. Se forem as quatro juntas -e, pior, com Tarcísio Meira fazendo cara de crise existencial-, você está vendo um filme do Walter Hugo Khouri. Mude de canal, rápido.
4. Emprego intensivo da sonoplastia. Os sonoplastas das pornochanchadas, pessimamente remunerados, deviam ganhar comissões pela quantidade de efeitos sonoros que conseguissem incluir num filme. O melhor exemplo disso é "O Bem-Dotado - O Homem de Itu", em que se ouve um "tóimmm" a cada vez que alguma moça confere os dotes do Nuno Leal Maia.
5. Anãozinho falando palavrão. Em "Histórias que Nossas Babás Não Contavam", Adele Fátima, que fazia a Branca das Neves, tinha como companhia alguns anõezinhos de boca suja; só uma pornochanchada mostraria uma coisa dessas. Se não for anãozinho, mas sim o Paulo Cesar Peréio dizendo "porra", muda tudo: você está diante de um filme de arte. Fuja correndo.
<< Home