25.6.04

Borrachudos é fogo

"É inevitável (...) não escrever sobre Leonel Brizola".

O estilo é o homem. Quem senão Sarney José poderia nos brindar com uma frase de beleza assim barroca no início de seu artigo sobre o finado Briza? Quem mais arrostaria a inevitabilidade do não-escrever para lavrar a ferro e fogo seu testemunho nos anais (opa, epa) da história? E quem mais escreveria num estilo assim eivado de clichês, empolado a ponto de usar palavras como "arrostar" ou "eivado" e tão cafona quanto tingir o bigode?

Eu me esforço para atingir esse nível etéreo de goiabice, mas Sarneyzão é mesmo the real thing. Não importa: o wunderlivro será um passo decisivo para minha consagração como o primeiro acadêmico a tomar posse de fardão e chinela Rider. Prometo, aliás, substituir o discurso de posse por um pescotapa, bem dado, em Sarney; será, embora tardia, uma compensação por aquela vez em que deixei de passar a mão na bunda de Antônio Carlos Magalhães.