19.6.04

Who wants yesterday's papers?

Eu, sobretudo quando não tenho assunto. Decidi, contudo, escrever este post para que certos leitores injustos parem de me acusar de não tratar o grande estadista que é o Efelentífimo com o respeito que ele merece. Asseguro a vocês que achei o máximo ver o supremo mandatário e a primeira-dama vestidos de Jeca Tatu e boneca Emília na festa junina lá da Granja do Torto. Só dondocas preconceituosas, que prefeririam viver na corte de Luís XIV, não vêem a beleza do folclore popular finalmente instalado nas altas esferas do poder. O Brasil é isso: alegria, descontração, dentes pintados de preto ou faltando de verdade, bicho-de-pé.

Mas, para realmente combater o preconceito sem tréguas onde quer que ele se instale, conviria ao casal presidencial tornar essa iniciativa mais freqüente. Aliás, por que restringi-la apenas às festas juninas? Que espécie de discriminação é essa? Eu quero ver o presidente vestido de boi-bumbá no Maranhão. De baiana numa das alas do Carnaval carioca. Pintado de preto, com gorrinho vermelho e cachimbo, pulando num pé só na rampa do Planalto, para combater o imperialismo do Ralouim. De Judas no Sábado de Aleluia. Agora, só vou me convencer mesmo de que estamos num país de Primeiro Mundo quando, numa festa em homenagem à comunidade BDSM, o Efelentífimo aparecer com roupa de couro e tachas e a primeira-dama vestida de dominatrix. Por que não, se pisar em gente é coisa que eles já fazem todo dia? Ai, que loucura.