DUAS OU TRÊS COISAS QUE FALTARAM (1)
O nome do poema do João Cabral a que me referi num dos posts abaixo é "O Postigo", do livro "Agrestes" (1981-85). Nele, o poeta e ex-campeão juvenil de futebol em Pernambuco (pelo Santa Cruz, em 1935) anuncia que vai pendurar as chuteiras. Como Dadá Maravilha, porém, ele não cumpriu a promessa e publicou mais dois livros ("Crime na Calle Relator" e "Sevilha Andando").
Segue apenas o trecho final do poema, em que está a imagem da vela de dois pavios. Se quiser lê-lo inteiro, vá comprar o livro, ora. Quem quer moleza senta na bananada de goiaba, certo?
Voltaria a abrir o postigo,
não a pedido do mercado,
se escrever não fosse de nervos,
fosse coisa de dicionários.
Viver nervos não é higiene
para quem já entrado em anos:
quem vive nesse território
só pensa em conquistar os quandos:
o tempo para ele é uma vela
que decerto algum subversivo
acendeu pelas duas pontas,
e se acaba em duplo pavio.
O nome do poema do João Cabral a que me referi num dos posts abaixo é "O Postigo", do livro "Agrestes" (1981-85). Nele, o poeta e ex-campeão juvenil de futebol em Pernambuco (pelo Santa Cruz, em 1935) anuncia que vai pendurar as chuteiras. Como Dadá Maravilha, porém, ele não cumpriu a promessa e publicou mais dois livros ("Crime na Calle Relator" e "Sevilha Andando").
Segue apenas o trecho final do poema, em que está a imagem da vela de dois pavios. Se quiser lê-lo inteiro, vá comprar o livro, ora. Quem quer moleza senta na bananada de goiaba, certo?
Voltaria a abrir o postigo,
não a pedido do mercado,
se escrever não fosse de nervos,
fosse coisa de dicionários.
Viver nervos não é higiene
para quem já entrado em anos:
quem vive nesse território
só pensa em conquistar os quandos:
o tempo para ele é uma vela
que decerto algum subversivo
acendeu pelas duas pontas,
e se acaba em duplo pavio.
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