6.6.02

RUY GOIABA'S LONELY HEARTS CLUB BAND

Faz tempo que eu não falo daquele lindo sentimento que é nome de paçoquinha, né? Bem, há pouco tempo, eu e uma amiga conversávamos sobre isso. À semelhança daquelas resoluções de Ano Novo feitas para não ser cumpridas, nós prometemos nunca mais nos entregar aos "excessos mexicanos" da paixão, essa coisa ridícula para além de toda goiabice.

Só que não tem jeito. Estamos sempre muito longe do velho Sófocles, na "República" platônica ("Falemos baixo! Libertei-me do amor como quem se liberta de um senhor colérico e truculento"), e excessivamente próximos da Marilyn Monroe cantando "I'm Through With Love" em "Quanto Mais Quente Melhor". O pior de tudo é correr o risco de, no final, ganhar algo equivalente a um beijo do Tony Curtis vestido de mulher. Argh.