27.8.02

TOLERÂNCIA TEM LIMITE

Não sei se vocês sabem, mas eu sou um sujeito magnânimo, tolerante mesmo. Não ligo para quem olha com desprezo minha chinela Rider ou meu lindo Dodge Dart verde-abacate. Não saio matando com meu AK-47 quem gosta da dupla Marabraz ou acha que Arnaldo Picaretunes é poeta. Já consegui perdoar até uma tia que, sabendo que eu gostava de "música jovem", me deu um LP do Dire Straits (é, aquela bosta de "Brothers in Arms"; se alguém gravasse um disco chamado "O Doce Som das Unhas Compridas no Quadro-Negro", o efeito para mim não seria diferente). Enfim, tento sempre exercer a virtude da tolerância; mas tudo tem limite. Ai de quem pensar em me dar os sei lá quantos volumes da caixa "Mitologia do Kaos", do Jorge Mautner -fá-lo-ei engolir os livros pelo rabo e sem KY. (Entre parênteses, será possível que só eu ache o Mautner uma besta irredimível?)