A ANTE-SALA DO INFERNO
Eu já disse a vocês que minha concepção do inferno não tem nada a ver com a do Bernard Shaw em "Man and Superman", não? (Infelizmente, porque, se há um inferno bom, é aquele lá.) Mas, por outro lado, ela também é muito diferente -para pior- do descrito pelo Joyce no "Retrato do Artista Quando Jovem". O inferno, senhores, é um eterno sofá da Hebe Camargo, em que nos sentaremos pelos séculos dos séculos e teremos de aturar o mau hálito do sertanejo de cueca. Fora o horror de sermos recebidos, na ante-sala, por Amaury Júnior de smoking e segurando uma flûte de champanhe. Eu juro que preferia o Cérbero, com suas três cabeças ladrando à minha passagem.
Eu já disse a vocês que minha concepção do inferno não tem nada a ver com a do Bernard Shaw em "Man and Superman", não? (Infelizmente, porque, se há um inferno bom, é aquele lá.) Mas, por outro lado, ela também é muito diferente -para pior- do descrito pelo Joyce no "Retrato do Artista Quando Jovem". O inferno, senhores, é um eterno sofá da Hebe Camargo, em que nos sentaremos pelos séculos dos séculos e teremos de aturar o mau hálito do sertanejo de cueca. Fora o horror de sermos recebidos, na ante-sala, por Amaury Júnior de smoking e segurando uma flûte de champanhe. Eu juro que preferia o Cérbero, com suas três cabeças ladrando à minha passagem.
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