CAMÕES E GIL VICENTE ERAM ESPANHÓIS
Aquela história de acharem que Buenos Aires é a capital do Brasil, pelo visto, tem raízes mais antigas do que supomos. Há pouco, estimulado por um post da Patsy, comecei a ouvir com mais atenção os lieder -canções eruditas, geralmente com acompanhamento de piano- de Hugo Wolf (1860-1903). Comprei uma bela gravação do "Spanisches Liederbuch", feita em 1967, com a soprano Elisabeth Schwarzkopf e o barítono Dietrich Fischer-Dieskau acompanhados pelo piano de Gerald Moore.
"Tá bom, mas e Buenos Aires com isso?", você já deve estar se perguntando. Pois bem. Esse "livro de canções espanholas" consiste em poemas e canções populares, dos séculos 16 e 17, traduzidos pelos alemães Emanuel Geibel e Paul Heyse na metade do século 19 e musicados por Wolf uns 40 anos depois. Aí você dá uma olhada nos nomes dos autores dos "poemas espanhóis" e descobre que um deles é do Camões e outro, do Gil Vicente. Sim, eu sei que tanto o genial bardo zarolho quanto o homem da barca do inferno também escreviam em castelhano; mas não deixa de ser divertido imaginar os tradutores alemães dizendo "ah, portugueses, espanhóis, é tudo o mesmo pessoal estranho que vive naquela península esquisita. Que se fueda".
Aquela história de acharem que Buenos Aires é a capital do Brasil, pelo visto, tem raízes mais antigas do que supomos. Há pouco, estimulado por um post da Patsy, comecei a ouvir com mais atenção os lieder -canções eruditas, geralmente com acompanhamento de piano- de Hugo Wolf (1860-1903). Comprei uma bela gravação do "Spanisches Liederbuch", feita em 1967, com a soprano Elisabeth Schwarzkopf e o barítono Dietrich Fischer-Dieskau acompanhados pelo piano de Gerald Moore.
"Tá bom, mas e Buenos Aires com isso?", você já deve estar se perguntando. Pois bem. Esse "livro de canções espanholas" consiste em poemas e canções populares, dos séculos 16 e 17, traduzidos pelos alemães Emanuel Geibel e Paul Heyse na metade do século 19 e musicados por Wolf uns 40 anos depois. Aí você dá uma olhada nos nomes dos autores dos "poemas espanhóis" e descobre que um deles é do Camões e outro, do Gil Vicente. Sim, eu sei que tanto o genial bardo zarolho quanto o homem da barca do inferno também escreviam em castelhano; mas não deixa de ser divertido imaginar os tradutores alemães dizendo "ah, portugueses, espanhóis, é tudo o mesmo pessoal estranho que vive naquela península esquisita. Que se fueda".
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