29.8.03

FLASH MOB É COISA DE COMUNISTA

Brasileiro não entende nada de flash mob mesmo. Muito menos os imperialistas ianques. Quem entendia eram os comunas de boa cepa. Bastava que alguém perguntasse a Lênin: "Que fazer?". Ele imediatamente assumia aquela pose de estátua -cavanhaque para cima, braço estendido na mesma direção do queixo- e apontava para o Palácio de Inverno: num instante, a bolchevicaiada toda se juntava para chutar a bunda de Nicolau II e dar uns amassos na princesa Anastácia. Ou para escrever poesia cubo-futurista. Ou, ainda, para discutir os planos qüinqüenais. Enfim, assim como acontece com as flash mobs de hoje, o objetivo era fazer alguma coisa bem idiota e incompreensível -e eles conseguiam isso brilhantemente, sem celular e sem e-mail, mas com a lata cheia de vodca. É por isso que eu visto meu casaco do Exército Vermelho, bato no bumbo e canto "tempo bom, não volta mais..." em russo.