4.11.04

Le silence éternel de ces espaces infinis

Ninguém fez nenhuma pergunta sobre minha ausência. A verdade, que não tem o menor interesse, é que passei os últimos dias firmemente agarrado ao meu cobertor de segurança, esperando pela Grande Abóbora -em vão. Não sei que conclusão tirar disso. Talvez as hortas que abastecem o Ceasa, perto de onde moro, não sejam as mais sinceras da cidade. Talvez eu seja um pecador: apesar de rezar cinco vezes por dia na direção do Supremo Vegetal, Ele sabe que sou sócio-fundador das Testemunhas de Jennifer Connelly e não me perdoa pela dupla militância. Há quem diga que a Grande Abóbora é grande porque é transgênica. Alguns crêem que ela desce à Terra ao som de Baiano Meloso, impávida que nem Muhammad Aliii-i-i-i. Outros, por sua vez, asseguram que ela já pôs em prática seu plano de dominação mundial: Jorge Arbusto, Zé Careca, os garis do Rio e a seleção holandesa seriam seus tentáculos mais visíveis. Não sei mais em que acreditar.

Sei que, durante a vigília, um saci apareceu. Começou a discursar sobre ética, cidadania e as tradições folclóricas da nossa gente. Levou um tiro na bunda -good clean fun, eu recomendo. Se você estiver preparado, uma força maior o levará a Charles Bronson.