6.1.05

O poblema do diproma: uma proposta atrás

Todo final de ano, o sindicato da minha catchigoria profissional entra em negociação para tentar arrancar do senhor Burns alguns caraminguás. O último boletim sobre as negociações parece ter sido escrito por Homer Simpson em pessoa: você vai lendo e, a certa altura, descobre que "a nova proposta [do senhor Burns] TRÁS um aumento real irrisório". Você, que é uma alma caridosa, concede o benefício da dúvida, mobiliza toda a sua boa vontade, pensa consigo "deve ser erro de digitação" etc. Porém (ai, porém), logo na linha de baixo, de novo, para não deixar dúvida: "a proposta TRÁS, ainda, uma participação nos lucros e resultados de X". Estou vendo o patrão do Homer rindo entredentes e dizendo que, para analfabetos, o "aumento real irrisório" está de ótimo tamanho (é claro que o senhor Burns também não sabe ler, mas ter a chave do caixa lhe basta). Concordo que é preconceituoso achar que os jornalistas são obrigados a saber ler e escrever -mas, se é assim, por que essa gente insiste em exigir diproma de faculdade de jornalismo de quem quer trabalhar na imprensa? Só ensino bundamental e mérdio já estaria bom demais. Lamento o tempo que perdi com todos aqueles pentelhos da universidade púbica.
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