15.3.05

Crueldade intolerável

Antes mesmo de começar, a nova novela das oitcho -que, como sabeis, há tempos vai ao ar depois das nove- já provoca acaloradas discussões por tratar, sem rodeios, de rodeios. Algumas almas sensíveis e compassivas, revoltadas com o assunto, deixaram scraps no perfil orkútico de Gloria Perez que mostram com eloqüência quanta beleza lhes perpassa o espírito. Defensores de "causas nobres" nos quais você não enxerga humanidade nem debaixo dos microscópios do Adolfo Lutz: nada de novo sob o sol.

De minha parte, acho os rodeios um negócio übercafona. Não seria eu, claro, a ter alguma coisa contra a cafonice: parafraseando o tarado-de-pijama, eu a compreendo e a recebo como uma graça de Deus. E o brega aqui é tão disseminado, tão indissociavelmente parte da paisagem que protestar contra ele é vão. Crueldade intolerável mesmo, in my humble opinion, é Gloria Perez submeter os telespectadores a seis ou mais meses de contato visual diário, acidental ou não, com Eri Johnson e sua pinta. E ninguém pede socorro à polícia estética nem protesta contra a evidente violação à Convenção de Genebra. Brasileiro é tudo bundão mesmo.