7.3.05

Um continente sem solucionática

A América Latina não se dá por satisfeita em exercitar sua propensão ao ridículo apenas na literatura, no cinema ou nas eleições presidenciais -não, até no futebol, ou sobretudo nele, temos de ser cucarachas. Quem batiza um time como The Strongest, por exemplo, o mínimo que deveria fazer é dar um tiro no coco em caso de empate. Ou, na derrota, obrigar o técnico e os 11 jogadores a um haraquiri coletivo. Mas eles já começaram errado sendo bolivianos, então fica por isso mesmo. Haverá talvez quem relembre o ilustre precedente da Invencível Armada espanhola, aquela que foi afundada pelos ingleses. Faz sentido.

Na Argentina, por sua vez, há os Newell's Old Boys, aquela equipe que volta e meia é confundida com os New Kids on the Block. Claro que quem já votou num Menem, com costeletas e tudo, não se importa de torcer por um time com nome de boy band. E por aí vai. Sei que, aqui no Bananão, sou um roto falando dos rasgados -mas ao menos produzimos Dario, inventor do dadaísmo e mais importante contribuição do continente ao pensamento filosófico ocidental. É ou não é para ficar orgulhoso, torcida brasileira?