OS ADVENTISTAS DO SÉTIMO FILME
Não vou à Mostra de Cinema de São Paulo porque nunca me senti muito bem em meio a aglomerações de cerimônias religiosas. Caso vocês não tenham notado, todos os descolettes que freqüentam a mostra são adeptos de uma religião ainda pouquíssimo divulgada, os Adventistas do Sétimo Filme. Eles acreditam na fila quilométrica como meio de ascese espiritual. Também crêem que alguém pode se tornar intelectual sem pensar -apenas assistindo aos filmes- graças àquelas revelações epifânicas que só acontecem quando o nome do cineasta é um amontoado de consoantes ou a película vem de um país sem água potável (copyright do Zé Simão). Os óculos de aro grosso, para os quais a Katia chamou a atenção, não fazem parte de uma pose -são um sinal pelo qual os iniciados identificam uns aos outros.
Na verdade, não tenho conhecimento de um só milagre realizado pelos adventistas. Muito mais dignos de crença são cultos como a Igreja Universal dos Motoboys do Reino de Deus e as Testemunhas das Pamonhas de Piracicaba, cujos deuses têm o dom da ubiqüidade -estão mesmo por toda parte. Mas tudo é uma questão de fé e, como diria o Steve Martin, fé demais não cheira bem.
Não vou à Mostra de Cinema de São Paulo porque nunca me senti muito bem em meio a aglomerações de cerimônias religiosas. Caso vocês não tenham notado, todos os descolettes que freqüentam a mostra são adeptos de uma religião ainda pouquíssimo divulgada, os Adventistas do Sétimo Filme. Eles acreditam na fila quilométrica como meio de ascese espiritual. Também crêem que alguém pode se tornar intelectual sem pensar -apenas assistindo aos filmes- graças àquelas revelações epifânicas que só acontecem quando o nome do cineasta é um amontoado de consoantes ou a película vem de um país sem água potável (copyright do Zé Simão). Os óculos de aro grosso, para os quais a Katia chamou a atenção, não fazem parte de uma pose -são um sinal pelo qual os iniciados identificam uns aos outros.
Na verdade, não tenho conhecimento de um só milagre realizado pelos adventistas. Muito mais dignos de crença são cultos como a Igreja Universal dos Motoboys do Reino de Deus e as Testemunhas das Pamonhas de Piracicaba, cujos deuses têm o dom da ubiqüidade -estão mesmo por toda parte. Mas tudo é uma questão de fé e, como diria o Steve Martin, fé demais não cheira bem.
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