26.3.03

NOTAS ALEATÓRIAS SOBRE ASSUNTOS IMPORTANTÍSSIMOS

1) Para meu desconsolo, perdi aquele programa de TV que reuniu o fino do brega deste país -desde meu pingüim cover de hoje, o grande Waldick Soriano, até o amigo do Charlie Brown, Benito Di Paula. Mas não perderia por nada a aparição do meu guru Baiano Meloso na cerimônia do Oscar. Senhores, em verdade vos digo: nada poderia ter sido mais decepcionante. Meloso não cantou de sarongue, não leu trechos de sua "Verdade Tropical", não deu uma só reboladinha -e, pior, não levou cachos de banana para atirar naquela platéia de impérialishtas. Lamentável.

2) Quando é que alguém vai fazer um gerador de entrevistas de poetas concretinos (mais uma missão para você, minha cara Daniela Abade)? Vejam só esta que o pós-tudo Augustão concedeu ao "Digestivo Cultural". Ele nem precisaria ter aberto a boca: eu já sabia que ele mencionaria Pound no mínimo três vezes, faria vários auto-elogios, tentaria transformar o João Cabral em integrante da "tchurma" e desceria o sarrafo no Gullar.

A única coisa curiosa é uma citação de Fernando Pessoa -"a soma de toda uma vida de sentimento e pensamento pode, por vezes, inserir-se no total de um poema de oito linhas"- que Augustão usa para justificar sua minúscula produção poética. Não é maravilhoso que toda a vida intelectual dos concretinos se resuma num poema complexo como "viva/vaia"? Bem, um dia reconhecerão que eu fiz a síntese definitiva do trabalho deles.