O FIM DO PLATONISMO
Naquela manhã, dona Gumercinda levantou-se da cama de um pulo. Olhou-se no espelho e não gostou do que viu. Olhou para o porta-retratos com a foto do seu casamento. Olhou para o homem com quem dormia há 40 anos e viu, pela ordem, a calva, a barba por fazer e o filete de baba pendendo do canto da boca dele. Acordou-o com um grito: "Almeidinha, você é um banana!". Se vivêssemos num mundo perfeito, Almeidinha responderia: 1) "É? Então vem aqui me descascar, meu chuchu". 2) "Sou, sim. Joga mel em cima de mim e me amassa todinho". 3) "Não, meu bem, eu sou um goiaba. Faz tempo que eu estava pra te dizer isso. Quer conhecer meu blog?" Mas sabemos que Almeidinha, que já ligou o foda-se há tempos, vai se virar do outro lado e continuar a dormir, desta vez babando na metade oriental do travesseiro. E dona Gugu, que por segundos desligara o seu "fuck off", vai ligá-lo novamente e sintonizar a TV no programa da Sônia Abrão. Felicidade é isso.
Naquela manhã, dona Gumercinda levantou-se da cama de um pulo. Olhou-se no espelho e não gostou do que viu. Olhou para o porta-retratos com a foto do seu casamento. Olhou para o homem com quem dormia há 40 anos e viu, pela ordem, a calva, a barba por fazer e o filete de baba pendendo do canto da boca dele. Acordou-o com um grito: "Almeidinha, você é um banana!". Se vivêssemos num mundo perfeito, Almeidinha responderia: 1) "É? Então vem aqui me descascar, meu chuchu". 2) "Sou, sim. Joga mel em cima de mim e me amassa todinho". 3) "Não, meu bem, eu sou um goiaba. Faz tempo que eu estava pra te dizer isso. Quer conhecer meu blog?" Mas sabemos que Almeidinha, que já ligou o foda-se há tempos, vai se virar do outro lado e continuar a dormir, desta vez babando na metade oriental do travesseiro. E dona Gugu, que por segundos desligara o seu "fuck off", vai ligá-lo novamente e sintonizar a TV no programa da Sônia Abrão. Felicidade é isso.
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