REMINISCÊNCIAS GOIABAIS (2)
O futebol foi minha primeiríssima paixão não correspondida. E o foi em grande estilo, para estabelecer um padrão: jamais pude entender as bolas Penalty e as mulheres. Eu não conseguia chutar a gol, fazer passes decentes ou marcar meus adversários sem ser atropelado por eles. Também não corria muito, por causa da bronquite: com 15 minutos de jogo, meus pulmões quase saíam pela boca. Muito cedo os coleguinhas perceberam que eu dava menos prejuízo aos times se jogasse no gol. Foi ali que me tornei um precoce e espinhento existencialista, mas essa é outra história, que eu talvez conte mais tarde. Digo apenas que sei muito mais que o Wim Wenders sobre o medo do goleiro diante do pênalti.
O futebol (de salão) também foi meu primeiro contato com a existência do Mal: o Moleque Feladaputa que Pisava na Pinha. No colégio, nem sempre tínhamos bolas Penalty para jogar -perdiam-se, furavam no primeiro chute, algum dos diretores escondia, não sei. Mas havia pinheiros, e seus frutos permitiam alguns instantes de diversão -isto é, até que o Moleque Feladaputa que Pisava na Pinha chegasse e acabasse com a brincadeira. Volta e meia um desses seres me aparece; nem sempre tenho outras pinhas à disposição, como nos tempos do colégio. Então, faço o melhor que posso para driblá-lo. Quem sabe um dia eu construa o Mausoléu do Moleque Feladaputa que Pisava na Pinha Desconhecido, só para fazer nele o mesmo que Byron recomendava que se fizesse sobre os restos mortais do lorde Castlereagh: tirar uísque do joelho.
O futebol foi minha primeiríssima paixão não correspondida. E o foi em grande estilo, para estabelecer um padrão: jamais pude entender as bolas Penalty e as mulheres. Eu não conseguia chutar a gol, fazer passes decentes ou marcar meus adversários sem ser atropelado por eles. Também não corria muito, por causa da bronquite: com 15 minutos de jogo, meus pulmões quase saíam pela boca. Muito cedo os coleguinhas perceberam que eu dava menos prejuízo aos times se jogasse no gol. Foi ali que me tornei um precoce e espinhento existencialista, mas essa é outra história, que eu talvez conte mais tarde. Digo apenas que sei muito mais que o Wim Wenders sobre o medo do goleiro diante do pênalti.
O futebol (de salão) também foi meu primeiro contato com a existência do Mal: o Moleque Feladaputa que Pisava na Pinha. No colégio, nem sempre tínhamos bolas Penalty para jogar -perdiam-se, furavam no primeiro chute, algum dos diretores escondia, não sei. Mas havia pinheiros, e seus frutos permitiam alguns instantes de diversão -isto é, até que o Moleque Feladaputa que Pisava na Pinha chegasse e acabasse com a brincadeira. Volta e meia um desses seres me aparece; nem sempre tenho outras pinhas à disposição, como nos tempos do colégio. Então, faço o melhor que posso para driblá-lo. Quem sabe um dia eu construa o Mausoléu do Moleque Feladaputa que Pisava na Pinha Desconhecido, só para fazer nele o mesmo que Byron recomendava que se fizesse sobre os restos mortais do lorde Castlereagh: tirar uísque do joelho.
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