6.10.03

WILSON GREY DESCEU À MANSÃO DOS MORTOS

A tese é do Dante, não minha. Mas endosso: se você reprime a chanchada no cinema, ela volta na forma de política. O Efelentífimo de chapeuzinho da Oktoberfest, cara de "eu passo a mão no saca-saca-saca-rolha" e gesto de "ó só o tamanho da naba que cês vão levar" é apenas um dos inúmeros exemplos citáveis (quem ouve "A Voz do Brasil" imagina que todos os deputados e senadores sejam, na tribuna, Barreto Pinto discursando de paletó e cueca samba-canção). Apesar disso, inconscientes do que seria uma sublime função terapêutica, parece que os cineastas brasileiros querem ser sempre "artísticos" e/ou "socialmente relevantes", para o mal das minhas gônadas. Enganam-se: a salvação está na chanchada, e ai daqueles que não crêem nisso. Que os fantasmas de Wilson Grey, Zé Trindade e José Lewgoy puxem o pé de todos eles à noite.