26.7.04

De como as coisas funcionam no Brasil

Tudo começa com o soldado reclamando ao sargento.

O sargento, que era um homem pertinente
Pegô na pena, escreveu pro seu tenente

O tenente, que era um homem muito bão
Pegô na pena, escreveu pro capitão

O capitão, que era homem dos melhor
Pegô na pena, escreveu pro major

O major, que era homem como é
Pegô na pena, escreveu pro coroné

O coroné, que era homem sem igual
Pegô na pena, escreveu pro general

O general, que era homem superior
Pegô na pena, escreveu pro imperador

O imperador...
(aqui falta um trecho)
Pegô na pena, escreveu pro Jesus Cristo

Jesus Cristo, que é filho do Padre Eterno
Pegô na pena e mandô tudo pros inferno.


("Balada de modelo tradicional" que Claude Lévi-Strauss aprendeu com garimpeiros de Mato Grosso nos anos 30 e, duas décadas depois, reproduziu em seu livro "Tristes Trópicos", já citado aqui.)

(Ah, os "exercícios de estilo" não terminaram, não. Só pus isso aí para ganhar tempo para escrevê-los. Daqui a pouco eles voltam.)