5.11.04

Kledir, gênio da raça

Meus amiguinhos colonizados não gostam de emepebê, meleca prapular brasiguaia. É gente insensível, incapaz de se enlevar com as letras de Kledir Ramil, gênio da brasilidade e irmão siamês do Kleiton. Vejam, entre inúmeros trechos citáveis, esta passagem de "Deu pra Ti": "Quando eu ando assim, meio down/ Vou pra Porto e bah, trilegal/ Coisas de magia, sei lá/ Paralelo 30, quê-quê!".

Já escrevi isso há tempos, mas reitero aqui: "coisas de magia, sei lá" é o melhor e mais expressivo verso em português nos últimos 50 anos. Notem ainda a preocupação com a inclusão social dos portadores de síndrome de Down e os significados esotéricos do "quê-quê!", logo após a menção mística ao paralelo 30. A canção também fala em "saudade do Fogaça", atual prefeito eleito -e olhem que foi escrita anos antes dos governos petelhos. Entendo-a como uma alusão GLS, à luz de outras canções da dupla, como a imortal marchinha "não quero nem saber se o pato é macho/ eu quero é ovo". É uma tradição gaúcha, dignamente continuada por Humberto Gessinger e seu "há um muro de Berlim dentro de mim" (presume-se que o muro tenha entrado por algum lugar).

Diga blé para quem não gosta do Kledir. Gentalha, gentalha.