27.6.05

Cabra-cega 2, a hora da verdade continua

Devido ao sucesso da primeira cabra-cega, retomo esse tradicional jogo de adivinhação que remonta aos sumérios, assírios e babilônicos. Reproduzo aqui os argumentos de um artigo do século 19, modificados na forma para evitar gugladas ilícitas, mas inteiramente fiéis ao conteúdo do original. Seu autor refere-se elogiosamente aos avanços dos Euá sobre o território do México. Ataca os críticos dessa expansão dizendo que, embora ela seja um golpe nas suas teorias sobre "humanidade e justiça" (entre aspas no original), traz benefícios à civilização. Chama os mexicanos de preguiçosos e dá a entender que a Califórnia está muito melhor nas mãos dos americanos, que são "enérgicos", do que sob o domínio dos nativos. Argumenta que o progresso conduzido pelos Euá é um acontecimento histórico; por isso, não importa se, no que toca aos mexicanos, noções como "independência", "justiça" (outra vez, aspas do original) e outros princípios morais são violados. Esse é o resumo do texto. Agora pergunto a vocês, leitores: a) Se acham que quem escreveu isso é um feladaputa preconceituoso e imperialista. b) Se têm alguma idéia de quem foi. De novo, não ofereço prêmios, mas que importa? Afinal, em casa, todo mundo responde às perguntas do Show do Milhão mesmo sem disputá-lo.

Resposta: Essa foi bem mais fácil, mas muita gente carimbou a trave; a Nariz Gelado chegou a acertar o jornal que publicou o artigo. O primeiro a mandar a bola para o gol foi o Cláudio. O trecho é de Friedrich Engels, o popular Frederico dos Anjos, saiu na "Neue Rheinische Zeitung" ("Nova Gazeta Renana") em fevereiro de 1849 e faz parte de um texto em que o parceirinho rico de Carlos Marques responde a Bakunin (e ainda chama o anarquista de "amigo" -imaginem se não fosse). A versão em inglês está aqui.