O mensalão está na moda, o mundo aplaudiu
Somos um país que canta e é feliz, feliz, feliz. Um povo de humoristas ou de hienas, dependendo do ângulo pelo qual se olhe. Prevejo que daqui a muito pouco começarão a circular piadinhas sobre a "gripe mensalão", aquela que faz a casa -civil- cair (ha-ha-ha). Em algum morro carioca já deve existir o Bonde do Mensalão ("é a reputação no chão, chão, chão, chão-chão-chão"). E, se estivéssemos em fevereiro, veríamos um Bloco do Mensalão: centenas de pessoas usando máscaras de Efelentífimo e ternos com bolsos transbordantes de dólares, disputando espaço com os homens-da-meia-noite pelas ruas de Olinda. Por isso é tão chato viver num país de Primeiro Mundo, daqueles que têm literatura, calefação e múltiplos sabores de Häagen-Dazs. No máximo, eles produziriam alguma teoria conspiratória ("o repertório de Jefferto Roberson, ouvido ao contrário, traz os nomes e CPFs de todos os deputados comprados, com uma ou outra mensagem satânica -'vendo Monza 88'- no meio"). Isso, é claro, se esses países soubessem o que é charme, suingue, veneno e Jefferto Roberson.
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