AD IMMORTALITATEM
Meninos, no final da minha adolescência, quando eu ainda gostava dessa coisa abominável chamada roquenrol, meu grande projeto era ser versionista -uma espécie de Fred Jorge ou Rossini Pinto do século 21. Fracassei rotundamente na única tradução (melhor dizendo, transcriação) que tentei. "The Boy with the Thorn in his Side", dos Smiths, tornou-se "O Rapaz com a Tora Atrás"; mas não consegui ir além desse brilhante primeiro verso.
Minhas ambições literárias aumentaram consideravelmente: agora, dedico meus estudos a provar que Tomás Antônio Gonzaga era gay e que a Marília de Dirceu fazia xixi em pé. Reparem neste trecho das "Cartas Chilenas": "Critilo, o teu Critilo, é quem te chama/Acorda, se ouvir queres coisas raras". Ou neste: "Meu bom Critilo,/Não se isentar o Cristo desse imposto/Foi um grande tesão, mas necessário,/Por não se abrir a porta a maus exemplos". Agora me digam se isso é conversa de homem: vocês imaginam o Chuck Norris escrevendo versos desse tipo? Ora, francamente.
Meninos, no final da minha adolescência, quando eu ainda gostava dessa coisa abominável chamada roquenrol, meu grande projeto era ser versionista -uma espécie de Fred Jorge ou Rossini Pinto do século 21. Fracassei rotundamente na única tradução (melhor dizendo, transcriação) que tentei. "The Boy with the Thorn in his Side", dos Smiths, tornou-se "O Rapaz com a Tora Atrás"; mas não consegui ir além desse brilhante primeiro verso.
Minhas ambições literárias aumentaram consideravelmente: agora, dedico meus estudos a provar que Tomás Antônio Gonzaga era gay e que a Marília de Dirceu fazia xixi em pé. Reparem neste trecho das "Cartas Chilenas": "Critilo, o teu Critilo, é quem te chama/Acorda, se ouvir queres coisas raras". Ou neste: "Meu bom Critilo,/Não se isentar o Cristo desse imposto/Foi um grande tesão, mas necessário,/Por não se abrir a porta a maus exemplos". Agora me digam se isso é conversa de homem: vocês imaginam o Chuck Norris escrevendo versos desse tipo? Ora, francamente.
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