PETIT JEAN TRENTE E O ANCIEN RÉGIME
Meu caro Bruno Garschagen, num ótimo post, explicita seu horror ao Carnaval. Com isso, ele se inscreve na tradição jacobina -afinal, como se sabe, o objetivo da Revolução Francesa era acabar com o baticum da nobreza. Os carnavalescos, por exemplo, surgiram no Ancien Régime e eram responsáveis pelas roupas, alegorias e adereços do Palácio de Versalhes. Diz-se que Luís XVI empregava uns 600, todos com a boca torta (inclusive um antepassado do Clóvis Bornay, que foi dos poucos a escapar da guilhotina). Fontes fidedignas asseguram, ainda, que aquela iniciativa de mudar o calendário e chamar os meses de Brumário, Messidor, Frutidor etc. foi para que os foliões não soubessem mais quando era fevereiro e parassem de pentelhar a nação com essa história de Carnaval.
Não adiantou nada. O populacho, que gostava de luxo (nas sábias palavras de Petit Jean Trente), continuou cantando “A Cabeleira do Danton” (“corta a cabeça dele, uh-uh, corta a cabeça dele”) e entoando o grito de guerra “ê-ô, ê-ô, Robespierre é o Terror”. E, como prova o quadro “A Liberdade Conduzindo o Povo”, do Delacroix, porta-estandartes com os peitos à mostra continuaram desfilando pelas ruas de Paris. De lá pra cá, é certo, só piorou: naquele tempo, pelo menos, não existiam carros alegóricos com o Miguel Falabella em cima gritando "le jour de gloire est arrivé!".
Meu caro Bruno Garschagen, num ótimo post, explicita seu horror ao Carnaval. Com isso, ele se inscreve na tradição jacobina -afinal, como se sabe, o objetivo da Revolução Francesa era acabar com o baticum da nobreza. Os carnavalescos, por exemplo, surgiram no Ancien Régime e eram responsáveis pelas roupas, alegorias e adereços do Palácio de Versalhes. Diz-se que Luís XVI empregava uns 600, todos com a boca torta (inclusive um antepassado do Clóvis Bornay, que foi dos poucos a escapar da guilhotina). Fontes fidedignas asseguram, ainda, que aquela iniciativa de mudar o calendário e chamar os meses de Brumário, Messidor, Frutidor etc. foi para que os foliões não soubessem mais quando era fevereiro e parassem de pentelhar a nação com essa história de Carnaval.
Não adiantou nada. O populacho, que gostava de luxo (nas sábias palavras de Petit Jean Trente), continuou cantando “A Cabeleira do Danton” (“corta a cabeça dele, uh-uh, corta a cabeça dele”) e entoando o grito de guerra “ê-ô, ê-ô, Robespierre é o Terror”. E, como prova o quadro “A Liberdade Conduzindo o Povo”, do Delacroix, porta-estandartes com os peitos à mostra continuaram desfilando pelas ruas de Paris. De lá pra cá, é certo, só piorou: naquele tempo, pelo menos, não existiam carros alegóricos com o Miguel Falabella em cima gritando "le jour de gloire est arrivé!".
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