A VERDADEIRA MAIONESE
No fim dos anos 60, Nelson Rodrigues disse (ou escreveu, não sei) que o verdadeiro Alceu Amoroso Lima era o pensador católico Gustavo Corção. Mais modestamente, digo o seguinte aos senhores leitores: Ruy Goiaba é uma fraude, e o verdadeiro puragoiaba é a revista digital Trópico. Caio em profunda depressão sempre que a leio. Por mais que eu me esforce, jamais produzirei frases geniais como "no tempo do nomadismo wireless, a interface é a mensagem", "processos de subjetivação de um eu que não é mais em relação a si mesmo, mas à sua capacidade de conectividade" ou "novos paradigmas de uma escritura que se realiza no fluxo". Não dá para competir com isso. Sinto muito, mas vou pedir o boné.
Ah, sim: a página de entrada da Trópico inclui link para um trecho do novo romance de Marcelo Mirisola, aquele sujeito que, segundo o relato de Paulo Polzonoff, diz escrever "com os colhões". É evidente que Mirisola não merece nosso escárnio, mas sim nosso respeito e nossa admiração: deve ser triste a vida de um escritor deficiente, obrigado a viver com uma caneta enfiada no esfíncter anal para que seus testículos possam escrever. Sejamos piedosos.
No fim dos anos 60, Nelson Rodrigues disse (ou escreveu, não sei) que o verdadeiro Alceu Amoroso Lima era o pensador católico Gustavo Corção. Mais modestamente, digo o seguinte aos senhores leitores: Ruy Goiaba é uma fraude, e o verdadeiro puragoiaba é a revista digital Trópico. Caio em profunda depressão sempre que a leio. Por mais que eu me esforce, jamais produzirei frases geniais como "no tempo do nomadismo wireless, a interface é a mensagem", "processos de subjetivação de um eu que não é mais em relação a si mesmo, mas à sua capacidade de conectividade" ou "novos paradigmas de uma escritura que se realiza no fluxo". Não dá para competir com isso. Sinto muito, mas vou pedir o boné.
Ah, sim: a página de entrada da Trópico inclui link para um trecho do novo romance de Marcelo Mirisola, aquele sujeito que, segundo o relato de Paulo Polzonoff, diz escrever "com os colhões". É evidente que Mirisola não merece nosso escárnio, mas sim nosso respeito e nossa admiração: deve ser triste a vida de um escritor deficiente, obrigado a viver com uma caneta enfiada no esfíncter anal para que seus testículos possam escrever. Sejamos piedosos.
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